no centro invisível do campo do coração há um mosteiro
Tal qual um sol no curso aparente de sua rota celeste e cíclica, minha aspiração nasce em berço de ouro pela manhã, quando desperto.
No decorrer do dia, ela cresce calmamente em abrangência e calorosidade, e atinge um imenso esplendor precisamente ao meio dia, que é quando saio do serviço para almoçar e caminhar.
Adentro a tarde convencido de que ela durará, e que ao chegar no segredo de meus aposentos, ao fim do dia, terei o espaço e o tempo para trabalhar sob sua luz.
Mas o olvido e o cansaço crescem vagarosamente com as sombras vespertinas, e ao final da tarde, em um espasmo transcendente, suspiram e somem com o pôr-do-sol, e resta apenas a escuridão cega, surda e muda do céu noturno.
Calmo e sonolento, chego em casa, muitas vezes, esvaziado de intenções sublimes.
Somente a persistência, a meia-luz e sob o luar e a benção das preguiçosas estrelas me favorecem e então, algum rompante súbito de energia, milagre noturno, me faz brindar místicamente e colocar mais uma pedra na perpétua construção.
Um sol no curso aparente de rota celeste e cíclica: a aspiração nasce em berço de ouro pela manhã, meu despertar.
Decorre o dia. Cresce, calma, em abrangência e calor. Um imenso esplendor precisamente ao meio dia, quando saio para almoçar e caminhar.
Adentro a tarde convencido de que ela durará, que ao chegar em meu castelo ao fim do dia, o espaço e o tempo de trabalhar sob sua luz.
O olvido e o cansaço crescem secretos, junto com as sombras vespertinas, e ao fim da tarde, um espasmo transcendente: suspiro por alguns minutos ao pôr-do-sol. Ocaso.
Resta apenas a escuridão cega, surda e muda.
Calmo e sonolento, chego. Já esvaziado de intenções sublimes.
Somente a persistência, a meia-luz do luar. A benção das preguiçosas estrelas. Algum rompante súbito de energia. Milagre noturno. Brindo misticamente mais um tijolo na construção.